- Área: 287 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Paulo Catrica
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Fabricantes: Banema, Elekta, Weber
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa de infância do arquiteto e agora recuperada para sua habitação permanente, foi construída no final da década de 70 e implanta-se nos arredores de Penafiel (Portugal).
Como grande parte das habitações rurais do norte de Portugal construidas nas décadas de 70 e 80, o edifício concentrava todos os espaços sociais e privados no primeiro piso, estando o rés-do-chão apenas ocupado por garagem, arrumos e adega de apoio à vinicultura caseira. A nova intervenção eliminou do programa a garagem e adega, e dividiu totalmente os espaços sociais e privados, estando agora os primeiros totalmente inseridos no rés-do-chão, e os segundos no primeiro piso.
As únicas alterações estruturais e de fachada feitas à casa pré-existente, servem apenas para acomodar uma nova estrutura que intersecta o interior e exterior da habitação, e que é constituída por dois volumes. Um paralelepípedo e um cilindro de grande verticalidade, sendo este último rematado no seu topo por uma cúpula. Esta nova estrutura de carácter primitivo, alberga um quarto de estudo e biblioteca, e organiza em seu torno os espaços pré-existentes nos dois pisos da casa. A sequência destes dois espaços é reminiscente das estruturas neolíticas em plano de “buraco de fechadura” de Arpachiyah, e procura com o seu ambiente maciço e térreo desafiar a perceção cronológica do que é pré-existente.
A biblioteca no interior deste monólito cilíndrico, é um espaço vertical iluminado zenitalmente por um óculo. Esta configuração não só permite um crescimento modular e vertical da coleção da biblioteca, como procura criar uma drástica transição entre atmosfera do programa doméstico e o quarto de estudo. Este último espaço abre-se para sul e exclusivamente para a vegetação do jardim.